Ando imersa nesse monte de vida
com gosto de fruta nova, de coisa florida


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Não tem jeito, eu ainda acho que cair é melhor do que nunca ter tido a vista do alto.

Oferta

Faz tempo eu fiz um pacto interno entre mim e eu mesma, Nádia Nadinha e Nadonna em comum acordo, de que não ia amolar ninguém com os meus dramas. Mas OI? Esse é meu blog, amolá-lo-ei instead.
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Não que eu não tenha um colo pra me consolar, ou ouvidos mais do que qualificados para tanto. Ó céus, como tenho ótimo colos, e os mais maravilhosos ouvidos! Todos devidamente equipados com ombros acolhedores e tudo mais que eu precisar. É quando a vida ta uma merda, mas uma merda de respeito, tipo Joseph Climber regozijando na tua desgraça, que algum tipo de vibração eletromagnética é emanado no universo e quando menos se espera esses seres chamados comumente de “amigos” se fazem de mola-de-fundo-de-poço e te jogam pra cima, um pra cima muito melhor.

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Sem essa de uma mão só, eu tenho muitos amigos, muitos mesmo. Seres humanos que me enchem o peito de abestalhamento. Deus me fez com o dom metálico de reclamar da vida, mas não me deu motivos no gatilho: eu tenho amigos. Olhar nos olhos de outra pessoa e realmente ver algo refletido ali é mágico. É como diz o poeta: “Love is love reflected”.

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Foi depois de uma conversa com grande amigo que eu tomei essa decisão, a de não amolar mais o mundo. Esse amigo se chama Cristiano. Faço questão de dizer que nem em 45.580.342 de caracteres há como descrever o ser humano lindo que ele é, que além de me emprestar livros de filósofos franceses e de me dar chocolates (essa espinha aqui dedicada a ele) de vez em quando resolve ser o Cris de sempre e falar exatamente o que eu preciso ouvir, de um jeito sempre tão cristianamente lindo.

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Então foi isso, decidi que ia me esforçar pra oferecer outro tipo de material pro mundo, e olha que ta difícil, mas ta indo...

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Não é fácil oferecer. Há os que não sabem receber, os que não sabem que algo é ofertado, e os que simplesmente não querem receber. Difícil de explicar, mas tem isso que pra mim é muito claro: eu quero ter algo pra oferecer.

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Cheguei a pensar em trocentas mil maneiras de ser diferente. Todas elas eram socialmente mais eficientes, mais inteligentes até, só que nenhuma me funciona. Ver a sua oferta voltar vazia é tão difícil. Mais difícil ainda é assistir sua vida virar num dramalhão mexicano de forma que nem vc consegue acreditar que tudo de repente ta essa merda toda.

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Tem gente por aí pra pisar em vc e rodar o pezinho com salto 15 e colocar a cereja no bolo do seu sofrimento, pra te fazer ter certeza de que é menos do que essa merda toda que eu anuncio. Tem meu povo, tem sim, e confesso que acreditei.

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Mas também tem aqueles que teimam em aparecer dos lugares mais inóspitos e encher a coisa toda de sentido, em me lembrar quem sou, porque enquanto eu me “era” eles estavam lá, então de repente eu lembro.

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Por isso decidi amordaçar as lamúrias como posso, porque eu quero poder retribuir um pouco desse tanto que venho recebendo. Nem sempre dá certo, na verdade ainda é muito difícil, mas ta indo (exponencialmente, por mais incrível que pareça).

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Coisas simples, que vão desde um link sobre o amicus curiae e uma companhia pra esperar o ônibus ou pra compartilhar a insônia, um olhar no olho e um abraço sincero, desde vários mimos até declarações de amor secretas. Tudo isso é muito importante pra mim, mas nada me deixa mais feliz do que perceber que eles sabem que podem contar comigo. Decidi que quero ser mais ouvido do que boca, mais colo do que choro, mais presença do que pesar. Essa escolha é plenamente minha.

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Pois é, “I'm not alone, dear loneliness. You forgot but I remember this”.

 

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