Eu preciso de amor, não desse que me preenche, que me é comum e conhecido,
mas desse feito mesmo do desperdício, do excesso, e de tudo mais que irrite o ouvido do desamor.

(que me embale quando estralar as pestanas, todas as três vezes)

Eu quero um grande amor, e os pequenos também
[te amo, eu sei. depois disso nada é o mesmo, já não é há muito tempo]

Eu lembro



É quando eu fico que eu lembro.
Eu não vou, não volto, eu fico, entende?
A lei da inércia usa toda sua sedução sobre mim, de forma que eu me torno o objeto próprio que a conceitua, que a significa: eu fico.
E eu lembro...

Nada é mais solidão do que eu. Nem a lua, nem o sol...
Eu sou só, e eu fico.

E por não haver mais nada no mundo a fazer eu lembro.
Lembro como se pode lembrar, com todas as pequenas reentrâncias. É curvilíneo, colorido e esfumaçado... É desse jeito mesmo que eu lembro; é nisso que eu finco todas as lembranças que tenho do movimento, e elas quase já parecem fotografias velhas, que ninguém mais quer, nem eu.

E eu lembro sim, diante do comum e do semelhante, claro que sim, eu lembro. Só que pelo oposto e pela negação também.
Então pelo o que deveria lembrar, e também pelo o que não deveria, eu lembro.


Lembro incessantemente a cada segundo que é tão triste estar sempre só.

 

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