Ele tem o queixo como o meu: angular e projetado pra frente. Usa todo dia o mesmo tipo de camisa _comprou uma de cada cor num atacado qualquer. Pois é, eu percebi.
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Também notei que tem o polegar meio torto e que isso te incomoda já que costuma esfregar o indicador justamente no desvio, e que é canhoto.
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E esse nariz? Perfeito. Foi “talhado a faca” e largado na face como se todo o resto se tratasse de uma procissão de infiéis e somente ele fosse bendito. Também percebo quando me olha pelas costas.
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Tem as orelhas pequenas e não é alto. Também não é magro, tem um corpo bravamente definido apoiado em ombros austeros. Meus conceitos de harmonia todos em conflito.
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O que este homem fala, do jeito que fala e aquilo que invade o mundo nesse processo todo... Como dizer?
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Ele é esnobe e arrogante, e insiste em me olhar meio de lado vez ou outra, me alfinetar vez ou outra.
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Fico horas te observando (meu pequeno capricho desaforado). Notei um lapso temporal curioso entre nossos olhares desencontrados, e isso tudo me diverte como nada nesses últimos tempos. Me ocupo tentando desvendar o que pretende, há tantos motivos pra acreditar que quer dizer sempre o contrário do que diz de fato...
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E os olhos! Não ouso, contudo, se conseguisse descrevê-los certamente denunciaria tua identidade, e isso não pretendo (são únicos). Olhos incríveis. Nada se pode dizer por meio deles, são indecifráveis. Não confunda, não são vazios, são complexos.
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perturbam
confundem
Azuis ou verdes?
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Não pude aceitar seu duelo porque o momento do embate sempre me escapa. Por que insiste em se esconder por trás de “tudo isso”? Tenho preguiça de “tudo isso”.
1 Response to Nosso queixo
gente, tô boba.
perfeito o texto.
way to go, girl! :)
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